quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Marcos 1:7-11

7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias.
8 Eu vos tenho batizado com(1) água; ele, porém, vos batizará com(1) o Espírito Santo.
9 Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão.
10 Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele.
11 Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.


(1) com; ou em.

João Batista não negava que em sua vida havia poder do Alto para operar a obra que já havia sido designada por Deus a ele desde a época dos profetas. Esse poder consistia na pregação do Reino e na remissão dos pecados pelo arrependimento, externado no rito do batismo nas águas.

Hoje nossa cultura religiosa limita o poder do Alto essencialmente a manifestação de milagres de cura e operações sobrenaturais, pelo simples fato de que estes sinais aconteciam no ministério de Jesus. Mas releva-se que o contexto onde estes eventos sobrenaturais aconteciam, eram no fundo para servirem de confronto com a mentalidade religiosa e estas operações sempre serviram para que a consciência dos participantes e espectadores se convertesse de sua acomodação e limitação espiritual.

Reitero que creio em milagres e operações sobrenaturais, no entanto, não firmo minha fé exclusivamente nessas ocorrências. Deus pode não achar bom curar determinadas pessoas, por motivos que competem exclusivamente a Ele decidir não curar ou fizer o milagre que acho necessário que aconteça. Mesmo diante desse contexto, Ele não deixará de ser Deus. Mas se firmar minha fé somente no que vejo de extraordinário, caso um não-milagre aconteça, minha fé corre o sério risco de revelar-se superficial e inoperante para trazer paz a minha vida em momentos de aflição.

O ato de retirar as sandálias era uma função dos escravos da casa de um nobre, para após isso lavar os pés e ungi-los com óleo para que se re-hidratassem da caminhada no clima árido do deserto. Portanto era uma posição de máxima subserviência ao amo. Observe-se que desamarrar era o mais simples ato deste costume comum á época, que implicava em curvar-se para tanto, um sinal que no contexto espiritual significa reverenciar a Deus.

Por saber que o seu poder vem de Deus, João Batista submete-se a autoridade d´Ele pois sabia que ele somente prenunciava O mais poderoso que ele haveria de vir, colocando-se numa posição de máxima subserviência, como os escravos que lavavam e hidratavam os pés do amo e seus convidados.

Mesmo com esse poder, João Batista sabia que por mais que o batismo nas águas significasse que o interior do ser havia se conscientizado do pecado e do amor de Deus em implantar seu Reino entre os arrependidos, esse batismo não era suficiente para fazer o homem a mudar seu instinto natural ao pecado, necessitando da intervenção divina na vida do ser, o que só se realizaria com o batismo com o Espírito Santo que só Jesus pode promover.

Para que essa possibilidade se tornasse realidade, Jesus cumpriu o rito do batismo do arrependimento, mesmo sendo Ele um Rabi (um mestre da religião judaica). Esse batismo do arrependimento de Jesus foi também Seu batismo com o Espírito Santo, uma vez que o Espírito Santo “desceu como uma pomba sobre Ele”. Pensemos: se Jesus sendo um dos mestres judaicos, em se “arrependendo” (do ponto-de-vista demonstrado na bíblia de que Cristo padeceu na carne do todo tipo de tentação e inclinação carnal, portanto passível de arrependimento também como homem), abriu a possibilidade para que Deus desse de Seu Espírito para Ele, então essa possibilidade também está aberta a todos que assim o desejem !

Esse objetivo divino -fazer com que Seu Espírito faça habitação em todos os que se arrependem- é cumprido em Cristo em seu batismo no Rio Jordão. E o júbilo do Senhor em ver esse objetivo cumprido em Jesus é traduzido por seu inesperado rompante declarando Sua alegria em ver seu filho amado cumprindo Sua vontade. O Espírito Santo é Deus nos guiando em toda a verdade, fazendo florescer os dons –em especial o do amor- e dando-nos a capacitação para mudarmos nossa mentalidade corrompida, frutificando em obras e vida plena.

Esse é o tipo de vida sobrenatural que Ele planejou aos seus.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Marcos 1:1-6

1 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2 Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho;
3 voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas;
4 apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.
5 Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
6 As vestes de João eram feitas de pêlos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.
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Em Isaías 40:3, Deus já alertava que um, cheio do Espírito Santo, teria a missão de emprestar sua voz para a preparação do caminho do Senhor, endireitando suas veredas. João Batista foi a tal voz.

Interessante notar que João Batista foi o designado para confrontar o rito religioso da época, onde ainda se ofertavam sacrifícios para remissão dos pecados, conclamando o povo para arrepender-se pessoalmente de seu pecado e em função desse arrependimento, batizar-se como sinal do perdão perene recebido.

João Batista foi o restaurador do sentido original da lei judaica, o despertar da responsabilidade pessoal pelo pecado, e pela via do arrependimento obter sua remissão. O sacrifício, exigido pela lei até então, era para que se cumprisse o que na lei estava revelado que sem derramamento de sangue não há remissão de pecado.
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Entretanto com o passar do tempo, o sacrifício se tornou um ritual sem a significação do arrependimento, necessitando que Deus de tempos em tempos levantasse profetas para conclamar o povo ao arrependimeno. Até que levantasse um que além de levar ao arrependimento com sua pregação os corações, também preparasse o caminho do Cristo, filho de Deus.

Quando lemos "Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.", comumente somos levados a interpretar que João Batista tinha uma roteiro pré-estabelecido de peregrinação para pregar a mensagem de arrependimento nas regiões onde Jesus deveria passar pregando.

Entretanto, em observando este trecho, vemos João Batista fazendo do deserto seu habitat e púlpito. Os habitantes da Judéia e de Jerusalém saíam para ouvi-lo nesse local ermo e desconfortável. Sua pregação era veemente e impactante a ponto de muitos acharem que ele seria o próprio profeta Elias ou sua reencarnação, dada a personalidade e modo de vestir (v. 6) semelhantes de ambos.

Dentro desse contexto vejo com muita clareza a estreita relação entre o arrependimento provocado pela mensagem de João Batista e o propósito de preparar o caminho do Senhor e endireitar suas veredas. Sendo o arrependimento pessoal, a vereda de Cristo na vida do ser também é pessoal. O caminho do Senhor e suas veredas é trilhado no coração humano. Os valores do Reino dos Céus não são uma constituição outorgada ou um conjunto de doutrinas ou dogmas. Os valores do Reino são plantados no coração humano para, quando vivenciado o amor e da graça de Deus, transbordar em amor, sabedoria, palavra e solidariedade ao próximo.

A água, como elemento químico, possui a capacidade de limpeza. O ato do batismo de arrependimento para remissão dos pecados, é outra "santa" subversão de João Batista, substituindo o verter do sangue de animais no altar do templo pela água que corre seu curso natural, neste caso no rio Jordão (que ironicamente é um rio de águas turvas), escancarando para fora dos limites do templo a oportunidade de Deus relacionar-se com o homem baseado na percepção sincera deste em relação à Ele. Uma relação baseada na consciência humana e na liberalidade divina.

domingo, 23 de novembro de 2008

O Início

O propósito deste blog é postar textos sobre minha percepção na jornada de conhecer e experimentar o poder do Evangelho de Cristo em minha vida.
Com isto pretendo ajudar a outros, que como eu, tem buscado discernir e vivenciar a Boa Nova sem estudos dirigidos, sem metas mensuráveis e sem tutoriais religiosos.
Usarei a bíblia na versão Revista e Atualizada (João Ferreira de Almeida, SBB) como versão de referência.
Vamos crescer juntos na Graça e no conhecimento de Cristo.

Paz e bem a todos !